A Elsa Conde participou no Intercâmbio de Jovens “UN-FRAMED ” em Poggio Mirteto, Itália.
Esta é a partilha da sua experiência!
No fim de agosto de 2018, a Mais Cidadania enviou-me a mim e a um grupo de mais 5 portugueses para Itália (a Catarina, a Ana, a Vânia, o Diogo, o Leandro, e eu, Elsa), para um intercâmbio em parceria com a associação LUNARIA, sobre a promoção de consciência de questões LGBTQ+ entre jovens, recorrendo a ferramentas de educação não formal.
Toda a experiência foi marcante e muito positiva.
Desde o primeiro momento, ainda em Portugal, tivemos uma reunião pré-partida onde conhecemos o grupo português e a nossa líder, a Catarina, e deu para perceber que ia ser uma experiência única – éramos um grupo com um grande intervalo de idades (desde mim, com 28 anos, até ao Leandro, com 17), e mesmo bastante diferente a nível de percurso e história de vida; no entanto tudo isso foi esquecido no contacto que estabelecemos e rapidamente nos demos bem.
E assim partimos para Itália, para Poggio Mirteto, a uma hora de Roma, aonde chegámos ao fim de um longo dia e onde conhecemos aquela que seria a nossa casa nos 8 dias seguintes, partilhada com grupos de participantes italianos, alemães e romenos, numa quinta no meio do campo.
E o que dizer sobre esses 8 dias? Tanta coisa aconteceu. Começámos por fazer atividades para promover o espírito e construir a identidade do grupo, e entre energizers e ice breakers, a boa disposição foi sobressaindo e em geral, todo o grupo se deu bem e foi completando as atividades com sucesso.
Houve vários tipos de atividades, e sempre a oportunidade para colocarmos dúvidas e aprendermos mais. Trabalhámos muito sobre os conceitos ligados à identidade de género. Houve trabalhos mais teóricos e houve atividades mais experienciais. Cada um de nós foi convidado a pensar sobre si próprio e sobre o outro e a crescer com isso.
Em paralelo, houve sempre um cuidado com cada elemento do grupo. Desde trabalharmos quase sempre em equipa, a criarmos um sistema de correio próprio, o jogo do amigo secreto em que cuidávamos do nosso amigo secreto durante aquela semana, à Gossip Box, uma caixa onde cada um deixava gossips que eram lidos às refeições, creio que todos estávamos sempre acompanhados e que foi possível criar um espaço seguro onde estávamos bem integrados.
E claro, não posso esquecer a partilha intercultural no que respeita à gastronomia de cada país (nós fizemos uns belos pastéis de… pescada… sim, pescada, porque não havia bacalhau!), a jogos tradicionais, música, e à experiência pessoal de cada um ligada às questões LGBTQ+ e ao ponto em que o país estava relativamente às mesmas.
No fim, cada um teve que construir uma atividade com base nas ferramentas adquiridas para promover uma ação de sensibilização sobre questões LGBTQ+ e na minha opinião, acho que fomos todos bem sucedidos!
Uma das últimas atividades que fizemos (antes da festa de despedida, que não poderia faltar!) foi uma roda em que fizemos circular um novelo de crochet e onde cada um guardou um pouco desse fio e deixou uma palavra para o grupo e para si próprio. Para mim, a palavra que deixei ao grupo foi amor.
E a palavra que deixei a mim própria foi liberdade: a de sair da minha zona de conforto, do meu país, e ir à aventura e ao desconhecido aprender mais, construir novas relações, aprender novos conceitos, viajar e aproveitar cada momento de forma única.
Obrigada, Mais Cidadania, pela oportunidade de participar neste projeto!