A Elsa Conde participou na formação internacional “No More Borders” em El Prat de Llobregat, Espanha.
A meio de março tive o privilégio de poder participar no TC “No More Borders” em Barcelona. Este foi um TC destinado a derrubar fronteiras psicológicas sobre migrações e aumentar o nosso conhecimento sobre interseccionalidade e como podemos trabalhar com jovens no sentido de ultrapassar barreiras.
Tive a oportunidade de ir dois dias mais cedo e revisitar a maravilhosa cidade de Barcelona e quando chegou por fim o momento de ir para El Prat de Llobregat, para o hostel onde decorreu esta atividade, não imaginava que ia encontrar uma equipa tão fantástica e que 6 ótimos dias estavam prestes a começar.
O grupo foi composto por participantes de 8 países, todos nós muito diferentes, mas também com muita coisa em comum. Tivemos oportunidade para partilhar comidas típicas dos nossos países e dançar muito ao som de músicas tradicionais de cada país. Conhecemos as pessoas da TACC, uma organização que promove a arte e cultura e está envolvida em diversos projetos de âmbito comunitário, alguns dos quais ligados a migrantes.
O primeiro exercício que fizemos, em conjunto com toda a equipa da TACC, foi sobre o conceito de interseccionalidade – o cruzamento de várias situações de desvantagem (como por exemplo, ser um migrante, LGBT e com um problema físico, como estar numa cadeira de rodas). Esse exercício foi sobre privilégios e colocámo-nos todos numa linha. De seguida, a formadora lia uma frase e nós tínhamos que dar um passo à frente ou atrás consoante se aplicasse a nós. Foi um exercício intenso e que me marcou. As frases envolviam componentes socioeconómicos, igualdade (ou não) de género, segurança, desafios de viver num país de onde não somos naturais, estabilidade familiar, financeira, etc. . No fim acabámos todos em posições muito diferentes e foi marcante olhar à minha volta e perceber também onde eu estava.
O resto da semana foi passado em várias atividades que pretenderam abrir as nossas mentes e refletir um pouco mais sobre as experiências de pessoas que poderiam ter tido uma vida igual à nossa, não tivessem, por exemplo, nascido em países com guerras. No fim, criámos um vídeo com 3 frentes – uma dança que procurou traduzir o movimento de afastamento/medo e possível aproximação posterior a pessoas com realidades diferentes das nossas; questões sobre privilégios e um poster com uma frase para reflexão.
Durante a semana visitámos ainda alguns projetos comunitários que me fascinaram. É muito importante continuar a abrir mentes e sensibilizar as pessoas para que estejam solidárias ao outro e não julguem sem conhecerem verdadeiramente como é estar na pele do outro.
Por fim, acho que é de destacar sempre a relação que o grupo cria num projeto destes – conheci pessoas fantásticas de quem fiquei fã, e construí novas amizades um pouco por toda a Europa. Pudemos visitar Barcelona juntos numa noite; e uma vez que o nosso hostel era mesmo ao lado do aeroporto, houve ainda possibilidade de ir a um miradouro de aviões, ou ir de bicicleta até à praia. No fim, terminámos o projeto numa festa de salsa – numa verdadeira partilha intercultural!
Estou muito grata pela oportunidade de participar, muchas gracias Mais Cidadania e TACC!