A Cátia é de Mafra – Portugal e realizou SVE em Marselha na França. Esta é a partilha da sua experiência!
Marselha, um porto onde uns chegam, outros partem…
E outros que por cá se instalaram.
Marselha é uma cidade que comporta o cheiro de cada um que dela faz parte. A diversidade cultural que se mistura na mesma rua. Pessoas diferentes desde a língua, à forma de vestir, hábitos e costumes. Marselha é Marselha, com a particularidade de viver com tanta diversidade cultural. É onde o respeito pela diferença se tornou o lema de sobrevivência.
Marselha não é uma cidade fácil. É uma cidade que precisa de tempo para nos conquistar.
É uma cidade interessante mas que requer alguma entrega da nossa parte para se descobrir a sua beleza.
O meu SVE teve a duração de 2 meses na Província do Mediterrâneo, Marselha. Esta experiência foi um contributo para um crescimento pessoal e social. De dúvidas, de certezas, de conquista.
O viver numa cidade tão particular, espera de nós uma abertura para a diferença, e a curiosidade pelo que nos rodeia.
Foi difícil chegar até às pessoas da comunidade porque foi um curto espaço de tempo e não existiu oportunidade de conhecimento e de conquista. No entanto, tive a oportunidade de interagir com pessoas de cultura árabe, no local onde realizei o SVE, Centre Social Sportif et Culturel l´Olivier Bleu. Neste espaço tive o privilégio de perceber alguns elementos essenciais e importantes que, aliados à sua religião, conduzem toda a sua conduta. E após este entendimento, fiquei mais atenta para as pessoas que me rodeavam na rua, a querer entender e ver mais pormenores da sua vivência.
O aprender uma nova língua foi um processo interessante. Embora difícil, foi gratificante aprender na rua, no trabalho, com pessoas de várias idades, entre assuntos tão diversos. Ao longo do SVE, foi possível verificar a evolução neste processo. Houve uma interiorização de vocabulário que me permitiu ao longo do tempo aproximar-me das pessoas e dialogar com elas. E após o SVE, embora tenha dificuldades na expressão oral, sinto que já compreendo a língua e consigo estabelecer uma conversa minimamente estruturada.
Este percurso ajudou-me a rever a flexibilidade na adaptação ao contexto, a disponibilidade para os outros. Fora do nosso “espaço de conforto” temos a oportunidade de nos questionarmos de nós mesmos.
Ao adquirir conhecimentos de culturas diferentes, tornamo-nos de alguma forma numa pessoa mais livre em pensamento. Todas as vivências são importantes para nos conhecermos melhor e isso só é possível no desafio que o desconhecido nos oferece.
Afinal, quem é Marselha?
É muito enriquecedor quando já nos sentimos em casa num país que não é o nosso. Isto é sinal de que já crescemos interiormente. Já interiorizamos a diferença e a aceitamos, respeitamos.
O SVE foi um crescimento pessoal e que irá mudar algum aspeto na minha forma de ver o que me rodeia. É um tempo que nos desperta para o que somos, onde estamos e para onde vamos. O SVE é uma experiência que dá a oportunidade para Deixamos sempre um bocadinho de nós e trazemos um bocadinho de lá!
Cátia Pedroso
Agosto 2013