Era meados de setembro de 2019 – aeroporto do Porto era o local – e reparava-me para embarcar no avião que me levaria até ao país onde viria a passar os meus próximos 10 meses enquanto voluntário ESC – a Grécia.
Sabia que viajava para um país onde o povo era simpático e acolhedor, onde, diziam-me, as paisagens e cultura eram tão maravilhosas que deixavam qualquer um perplexo. Mal eu sabia o incrível caminho que tinha pela frente, e que tantos outros outrora voluntários me haviam falado dele.
Enquanto voluntário ESC, tive a oportunidade de conhecer pessoas deslumbrantes que de uma forma ou de outra faziam parte das causas pelas quais passei nos meus dias em voluntariado. De imediato, a prontidão de todos os voluntários locais do centro de jovens para tão bem me acolher, ajudar no que fosse necessário e ainda me guiar durante a minha estadia, bem como a afabilidade de todos aqueles que faziam parte do meu dia de uma forma de outra, deram-me a sensação que estava a ser acolhido como um verdadeiro local. Desde o senhor do café da esquina, passando pelo senhor do restaurante local onde comia com toda a delícia os melhores gyros do Mundo (segundo o proprietário), até à senhora que me deu doces na rua, todos fizeram com que me apaixonasse por este povo tão simples mas tão repleto de carinho e afinidade. Isto aliado às maravilhosas paisagens, à deliciosa comida e às longas horas a ouvir a tradicional música Grega, encontrada por mero acaso algures nas ruas de Kalamata bem como
no resto do país fizeram-me crescer e dar valor a coisas que habitualmente tomamos como garantidas – um sorriso, a dedicação e paixão por conhecer mais.
Mais do que um gosto, era um prazer poder dar o meu contributo na sociedade através da organização de eventos, do ensino de português e da partilha de conhecimento a todos aqueles que passavam pelo centro de jovens. Muitos deles que me guiaram por entre as minhas viagens em volta de um país tão diverso e belo, onde por vezes viajava com alguns grandes amigos voluntários com os quais partilhava os meus dias e a minha casa. Poder-se-á não acreditar, mas eu era fascinado pela ideia de dividir casa e vivências com pessoas de diferentes países da Europa que tal como eu, vinham em busca de uma experiência memorável.
Não sei se como que por magia, ou por mero acaso, mas a sensivelmente meio do meu período do voluntariado dei por mim completamente apaixonado per este país e por este povo e eis que me começa a surgir uma vontade enorme de ficar por essas terras.
A verdade é que saí de volta a Portugal e olhei para trás, bastante. Olhei para trás e vi o quanto me descobri, o quanto me diverti, o quanto cresci e sobretudo o quanto sorri! Olhei para trás e disse para o imenso azul que sob o avião brilhava: “Grécia, vemo-nos daqui a uns meses! Eu volto.”