Hej! Olá!
O meu nome é Elsa, tenho 26 anos e há cerca de 1 ano atrás decidi que gostava de ter uma experiência diferente na minha vida. Queria fazer algo diferente, num sítio novo, e queria sair da minha zona de conforto para explorar o mundo. Quando tive conhecimento do EVS, percebi que era precisamente o que eu estava à procura e uns meses depois cheguei à Suécia, onde sou voluntária num clube de jovens – Kooperativet Fjället, em Gotemburgo – durante 11 meses.
Começar a experiência do EVS foi um desafio enorme, porque me deparei longe de casa, da minha família e amigos, numa realidade muito diferente, e rodeada de uma língua que me era totalmente desconhecida! Diria que o primeiro impacto é sempre meio assustador, quando caímos em nós e percebemos que mudámos de país… e ao mesmo tempo, é fascinante ir descobrindo todos os dias sítios novos, conhecendo pessoas novas, culturas diferentes… hoje, já se passaram 8 meses desde que aqui estou e continuo a sentir-me “turista” todos os dias, sempre a descobrir coisas novas aqui, ao passo que os amigos que me vêm visitar já me chamam uma “local” sueca!
O meu trabalho aqui no clube de jovens consiste em organizar projetos e eventos para os jovens. Durante o dia, o nosso trabalho na FJället é sobretudo de planeamento de atividades e de gerir o espaço de modo a que tudo esteja preparado quando abrimos para os jovens, das 17h às 22h. Durante a noite, os nossos jovens, que moram nos arredores da Fjället e vêm voluntariamente passar o tempo aqui, têm à sua espera um espaço confortável para conviverem uns com os outros e jogarem, cozinharem, conversarem, basicamente fazer o que lhes apetece. A Fjället situa-se numa zona mais carenciada de Gotemburgo, onde alguns problemas sociais começam a surgir, pelo que se torna ainda mais importante oferecer aos jovens este tipo de espaço, e a equipa que aqui trabalha está sempre atenta às necessidades deles e alguns problemas que possam surgir. Temos inclusive um grupo de assistentes sociais que nos visita de vez em quando e passa algum tempo com os jovens. É um trabalho multidisciplinar e que proporciona aos jovens um espaço seguro. Todas as semanas realizamos uma reunião com estes jovens em que eles expressam vontades, ideias, e escolhem um tema para a semana seguinte, de modo a que eles sintam que a sua opinião é importante e o seu voto conta.
Quanto à Suécia, posso confirmar que é um país super frio, mas com paisagens lindíssimas. Por todo o lado há natureza, e apesar da população sueca ser mais ou menos igual, em número, à população portuguesa, (cerca de 10 milhões de habitantes), a Suécia
tem mais do que o triplo do tamanho de Portugal, o que deixa muito espaço para os lagos incontáveis e as florestas deslumbrantes que nos rodeiam. Já as pessoas, ao contrário do que é pensado, não são frias. A minha experiência é que os suecos são muito educados e sempre disponíveis para ajudar. Para cumprimentar um sueco, as regras são diferentes das portuguesas – no início, dá-se um aperto de mão, e ao fim de um tempo de se conhecer a pessoa, dá-se um abraço. Não há beijinhos, ao contrário da cultura portuguesa, porque para eles os beijinhos são demasiado íntimos – enquanto para mim, eu achava o oposto, em Portugal nós só abraçamos quem nos é mais próximo!
Para mim tem sido uma experiência em que tenho crescido imenso, não só a nível profissional, mas sobretudo a nível pessoal. A possibilidade de sair de Portugal, suportada por um programa como o EVS, e de mergulhar num país tão diferente, tem sido maravilhosa.
Jag älskar EVS!
Elsa Conde